Deus é Espírito

sábado, 30 de abril de 2011


Minha mãe era uma mulher de grande sabedoria existencial e profunda piedade.
Eu costumava gravar coisas que escrevia para ela escutar. Minha mãe escutava e dizia: “Onde você aprendeu tudo isso? Eu nunca te ensinei tais coisas!”
Ao ouvir uma das gravações em que eu falava da experiência de Deus, ela me olhou fundo e fez a pergunta: “Você já viu Deus?”
Eu respondi de pronto: “Minha mãe, a gente não vê Deus. Deus é espírito, é invisível.”
Ela deu como que um suspiro, colocando a mão no peito, me olhou com infinita tristeza e disse: “Você é padre há tantos anos e nunca viu Deus?”
Eu insisti: “Mãe, a gente não vê Deus.”
Ela retrucou: “Você não vê Deus, mas eu O vejo todos os dias. Quando o sol se põe lá no horizonte. Deus passa com um manto fantástico, lindo. Ele vem sempre sério, e teu pai que já faleceu vem atrás, olha para mim, me dá um sorriso e segue junto com Deus. Eu vejo Ele todos os dias.”
Eu fiquei parado, me perguntando: “Quem é o teólogo aqui, ela ou eu?”
Temos que aprender com as pessoas que vivem tais experiências. Porque a fé é uma experiência tão global que entra pelos olhos, entra no coração, entra na fantasia, entra nas projeções. Deus é substância da sua própria substância.
Essas pessoas não crêem em Deus. Elas sabem de Deus porque O viram, porque O experimentaram.

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