Não estrague o seu dia

quinta-feira, 27 de novembro de 2014


Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males.

E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

* * *

Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito Bem.

http://www.momento.com.br/Texto

Fotografias do Coração

sexta-feira, 14 de novembro de 2014


É bastante comum os pais, em especial quando se trata de crianças pequenas, estarem sempre fotografando e filmando as peripécias dos seus filhos.

Vale para registro. Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro sorriso. O primeiro dia na escolinha. A apresentação de dança no dia dos pais. A peça teatral no dia das mães.

Mas as crianças crescem. E os pais continuam tudo fotografando e filmando. A formatura. A vitória no vestibular. O casamento. E, depois, recomeça tudo com a chegada dos netos.

Várias vezes, quando eles recordam alguns momentos muito especiais, lamentam: Que pena eu não ter fotografado naquela hora.

E é assim mesmo. Existem alguns momentos muito especiais, não esperados, em que não se está munido de equipamento para o registro.

São momentos quase mágicos, que não se tornam a reprisar. São únicos. E são exatamente esses que os pais, à medida que envelhecem, vão guardando mais e mais na memória.

Guardam-nos para lembrar no dia em que o filho deixa o lar, para começar a sua própria vida. Quando ele viaja e fica algumas semanas fora.

Quando ele se casa, quando muda de cidade, quando realiza a grande viagem para o Além.

Esses momentos são fotografados de uma forma muito especial. Uma forma que uma mãe definiu muito bem, ao narrar a sua experiência pessoal:

Foi um momento extraordinário no final de um dia comum. Eu estava atravessando o corredor de minha casa quando me deparei com a cena mais encantadora que já tinha visto: meu filho de três anos escovando os dentes.

A cena não era encantadora por ele estar escovando os dentes. Era pelo jeitinho dele. Mesmo com a ajuda de um banquinho, ele ainda precisava ficar na ponta dos pés para conseguir enxergar-se no espelho.

Ele esticava tanto o corpo que os pequenos músculos de sua perna se destacavam. Ele parecia tão pequenino, tão inocente!

Parei no lugar em que estava. Olhando para ele, eu me dei conta de que um dia aquele precioso garotinho seria maior do que eu. Poderia até levantar-me do chão!

Permaneci ali, sem me mexer, apreciando aquele momento maravilhoso, tentando gravar na memória a cena de meu filho na ponta dos pés.

Pensei em pegar a câmera fotográfica para registrar o momento para sempre. Mas não consegui me afastar dali.

Fiz o que outras mães têm feito ao longo dos séculos. Tirei uma fotografia com o coração.

* * *

Aprenda a fotografar com o coração. Serão exatamente os momentos especiais, inesperados, que você guardará na arca do tesouro das suas memórias.

Serão essas lembranças que alimentarão, um dia, a sua saudade e alegrarão os seus dias, na velhice.

Não tema perder seu tempo! Mesmo que seus pés o conduzam para distante de seus amores, ou por algum motivo, você não tenha fotos para ver, filmes para recordar, na sua intimidade, você poderá passar e repassar, quantas vezes quiser, as cenas que fizeram a sua felicidade, em certo momento.

Pense nisso! E fotografe tudo, com o coração

Fontes:
http://www.momento.com.br/Texto.

A exata conjugação do verbo...

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Eles permaneceram casados por sessenta e dois anos. Um casamento complicado.

Ele era alcoólatra. Gostava de cantar e sempre tinha uma brincadeira, na ponta da língua, que divertia os amigos e conhecidos.

Era uma pessoa maravilhosa para todos, menos para a esposa. Batia nela, até a filha de oito anos começar a se impor e impedir as agressões.

Um dia, ele vendeu a casa onde moravam. Sumiu por uns tempos e, quando retornou, sem nenhum centavo, avisou que a casa deveria ser desocupada em vinte e quatro horas porque o novo proprietário viria tomar posse.

A esposa passou frio porque quase não tinha agasalho. Passou fome pois deixava de comer para que os filhos se alimentassem.

Sofreu traições porque ele, homem bonito, se permitia aventuras. Ameaçava-a de morte e dormia com um punhal embaixo do travesseiro.

Com tanto sofrimento, natural que, no transcorrer dos anos, o tempo a abraçasse com alguns problemas como insônia e depressão.

Os que a conheciam a amavam porque ela ria, brincava, semeando ao seu redor a alegria, que ela mesma não podia fruir.

Portadora de uma grande fé, espalhava o bem para as pessoas, fossem crianças ou adultos.

Perante os doentes, ela ia passando a mão, com delicadeza, na cabeça, nas mãos, enquanto orava com fervor.

Logo, eles afirmavam se sentir bem.

Certa feita, indo a uma consulta e narrando seu drama conjugal, a médica indagou:

Qual seu sentimento para com seu marido? A senhora o ama?

A filha, que a acompanhava, teve certeza de que ela responderia negativamente. A resposta que veio, depois de pensar uns segundos, foi surpreendente:

Como homem, não o amo. Como filho necessitado, sim!

A filha chegou às lágrimas ao reconhecer, uma vez mais, a grandeza daquela mulher.

Certo dia, aquele homem que gozara de tantos prazeres, teve um acidente vascular cerebral e foi hospitalizado. Os filhos se revezaram à sua cabeceira, no seu atendimento.

Mas a senhora também foi ao hospital. Ele estava entubado, incomunicável. Somente os aparelhos bipando, de forma regular, atestavam a sua estabilidade orgânica.

Ela chegou e tomou a mão dele entre as suas. E começou a falar.

Os aparelhos, de imediato, registraram a alteração dos batimentos cardíacos, que dispararam para mais de cem por minuto, a respiração acelerou.

Tudo isso dizia da consciência da presença dela ali. Ela falou das suas limitações como esposa, das suas dificuldades.

E lhe pediu perdão por tudo e de tudo. Depois, disse que ele poderia partir em paz porque ela o perdoava.

Interessante que ela não enumerou nenhuma das deficiências dele. Ao contrário, falou somente das próprias dificuldades.

Naturalmente não enalteceu virtudes que ele não possuía, mas de nada o acusou.

Depois, o convidou a orar com ela. Quando concluiu suas longas preces, deu-lhe um beijo na testa e desejou que ele ficasse com Deus.

Ela saiu. Poucas horas depois, ele partiu.

* * *

Pessoas assim existem muitas, neste imenso mundo de Deus. Anônimas.

Deixam lições inesquecíveis aos filhos, aos familiares, aos amigos, a quem goza a ventura de sua convivência.

Pessoas assim sabem, com certeza absoluta, a exata conjugação do verbo amar.

Fontes:
http://www.momento.com.br/Texto