Caminhos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012



Era uma vez um camponês que precisava todos os dias atravessar uma mata fechada para buscar o leite num sítio ao lado do seu. Então, cada dia ele ia por um caminho. Numa manhã via pássaros coloridos , na outra via um pequeno animalzinho fugindo do barulho de seus pés sobre as folhas secas; chegou a ver um pequeno macaquinho. Sem contar as belíssimas bromélias que ali nasciam espontaneamente. E outras flores, plantas, árvores.
Um dia, ele resolveu abrir uma picada e passou a ir sempre por ela. A terra já batida e o mato rareado por sua faca habilidosa lhe proporcionavam uma caminhada mais confortável. Entretanto ele não via mais os pássaros e nem aquela imensa variedade de flores e de árvores. Seu "caminho" se tornou quase uma estradinha e as picadas abandonadas se fecharam.
Com as redes neurais acontece o mesmo. Com a passar do tempo, se não renovamos as nossas experiências, as redes neurais vão se tornando viciadas, assim como os caminhos que percorremos.


Eduardo Shinyashiki

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